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Empoderamento Feminino em Conselhos: Perspectivas no Brasil

Ilustração de uma mulher em posição de liderança em um conselho empresarial.

O empoderamento feminino em conselhos de administração no Brasil representa um marco significativo na luta pela igualdade de gênero no ambiente corporativo. Apesar dos avanços observados em diversos setores, as mulheres ainda enfrentam barreiras significativas para sua plena participação e representatividade nas esferas de decisão das grandes empresas. Este artigo explora esses desafios, avaliando não apenas as barreiras estruturais e culturais, mas também os aspectos psicológicos que influenciam a trajetória de mulheres em posições de liderança no Brasil.

1. Panorama Atual e Comparativo

Inicialmente, na Europa existem leis que favorecem empoderamento feminino em conselhos. Países como França, Itália e Bélgica impõem cotas para a inclusão de mulheres em conselhos, visando alcançar uma representação feminina significativa até 2026. Em contraste, o Brasil apresenta um cenário menos incentivador, com apenas 25,3% das cadeiras em conselhos ocupadas por mulheres. Este número, apesar de refletir um avanço, destaca o Brasil como um dos países com menor empoderamento feminino em conselhos na América Latina.

2. Barreiras Culturais e Estruturais

As mulheres no Brasil enfrentam diversas barreiras culturais que limitam seu acesso a posições de liderança. Os estereótipos de gênero, a predominância de uma cultura empresarial machista e a falta de políticas de equidade são aspectos que frequentemente surgem como obstáculos significativos. Além disso, as barreiras estruturais, como a dificuldade de acesso a redes de apoio e mentorias específicas para mulheres, também são destacadas.

Do mesmo modo, empresas familiares no Brasil muitas vezes perpetuam estruturas patriarcais, onde posições de liderança são tradicionalmente ocupadas por homens. Isso cria desafios adicionais para mulheres que buscam romper essas barreiras. A cultura empresarial em tais contextos favorece frequentemente a sucessão masculina, negligenciando o potencial de liderança feminina e colocando um grande obstáculo para o empoderamento feminino em conselhos.

3. Questões Psicológicas que tendem a minar o empoderamento feminino em conselhos

Do ponto de vista psicológico, as pressões enfrentadas por mulheres em conselhos podem levar a um alto nível de estresse e à síndrome do impostor, onde muitas se sentem inadequadas para suas posições, independentemente de suas competências e realizações. Desse modo, a falta de modelos femininos em posições de liderança também contribui para a perpetuação da sub-representação feminina.

Nesse sentido, mulheres em conselhos frequentemente enfrentam fenômenos como: i. mansplaining (supondo que as mulheres não saibam tal assunto, iniciam uma explicação sem ao menos consultá-la); ii. gaslighting (manipulação psicológica para fazer alguém duvidar de sua própria memória ou percepção); e manterrupting (homens interrompendo mulheres desnecessariamente). Esses termos elucidam as dinâmicas de poder desiguais e os desafios psicológicos que as mulheres enfrentam, contribuindo para o estresse e a síndrome do impostor.

4. Avanços Legislativos e Políticas de Suporte

No aspecto legislativo, o Brasil tem feito progressos com leis que incentivam a igualdade de gênero em ambientes corporativos, segundo a recente lei 14.611/2023, conhecida como Lei da Igualdade Salarial. Como resultado, esta lei reforça a igualdade de salários entre homens e mulheres e compromete-se com um mercado de trabalho livre de discriminações de gênero. Ainda que seja abstrata, a lei incentiva práticas mais equitativas em todas as esferas corporativas, incluindo conselhos de administração.

No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer para que essas medidas sejam efetivamente implementadas e resultem em mudanças tangíveis. Tal qual, políticas de suporte, como programas de mentoria específicos e a criação de redes de suporte femininas, são essenciais para fomentar um ambiente mais inclusivo.

O esperar do empoderamento feminino em conselhos brasileiros?

O empoderamento feminino em conselhos no Brasil é um tema de vital importância que requer uma abordagem multifacetada para superar os desafios existentes. É necessário não apenas criar políticas eficazes que promovam a igualdade de gênero, mas também apoiar as mulheres psicologicamente para poderem navegar com sucesso no ambiente corporativo. A troca de experiências com países que têm políticas mais avançadas pode ser uma valiosa fonte de aprendizado e inspiração.

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Referências Externas:

  1. Forbes Brasil discute como a diversidade de gênero entre os líderes de uma empresa pode influenciar as decisões tomadas pela direção e promover mudanças na cultura organizacional, destacando a presença de mulheres em conselhos administrativos e como isso contribui para estratégias de negócios mais éticas e inovadoras. Leia mais aqui.
  2. B3 oferece um estudo detalhado sobre a participação feminina em posições de liderança nas empresas listadas na bolsa brasileira. Este relatório mostra uma evolução na representação feminina nos conselhos de administração, além de detalhar esforços regulatórios e de mercado para aumentar a diversidade de gênero nos níveis mais altos de governança corporativa. Leia mais aqui.
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